segunda-feira, 4 de julho de 2011

O som e as palavras

Sinto pena daqueles que ao ouvir uma música, se limitam a procurar apenas nas palavras aquilo que  estão querendo escutar. A parte instrumental de uma música é a emoção em sua forma bruta e, infelizmente, são poucos os que conseguem captar e moldar essa forma primitiva de sentimentos em algo que faça sentido. Se o que eu estivesse falando fosse bobagem e/ou um absurdo, não haveria tanta gente que se emociona ao ouvir uma orquestra sinfônica, em que há apenas o sincronismo de pessoas usando de seus instrumentos como veículo para expressarem aquilo que não é possível traduzir em palavras. Na minha opinião, as letras de uma música são como a legenda de um filme: É um mero recurso para facilitar o entendimento de um idioma que você não entende em sua totalidade. Sem a legenda, você vê o filme em sua forma original – a menos se estiver dublado, o que eu nem vou comentar – e entende exatamente o que quiseram te dizer. O mesmo vale para o instrumental de uma música: é o que estão querendo te transmitir, mas sem ser catalizado e facilitado para o seu entendimento. Além de tudo isso, as palavras te limitam a ter somente uma interpretação sobre o fato: É aquilo que está escrito e pronto, no máximo pode haver um significado por trás de todo o contexto, mas no caso do instrumental, a interpretação que você terá sobre aquilo sendo dito, é ilimitado, depende somente do que você está sentindo no momento em que você está escutando.
Escrevi este texto escutando Stream Of Consciousness do Dream Theater, um instrumental de onze minutos e dezesseis segundos. Foi o suficiente para me inspirar a escrever, e tenho certeza que ao ouvir esta música em outro momento sentirei algo totalmente diferente, talvez semelhante, mas nunca igual. Sugiro que escutem algo livre de palavras e que deixem a música falar por si só.

Um comentário:

  1. concordo cara, parabens pelo texto
    boa sorte com o blog ai, vc escreve coisas legais, faloou junkie

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